A RELAÇÃO TERREIRO ESCOLA: DIÁLOGOS PARA UM ENSINO
DE HISTÓRIA QUE REPENSE O CURRÍCULO ESCOLAR COM BASE NA LEI 10.639/2003 NO
CENTRO DE ENSINO JOÃO MARQUES MIRANDA EM CURURUPU-MA
Introdução
Cururupu é um dos 217 municípios do estado do Maranhão, localizado no
litoral ocidental maranhense a 475 km da capital São Luís, habitado
primitivamente pelos índios tupinambás, cujo cacique da tribo era conhecido
como Cabelo de Velha, nome hoje dado a
uma baía próxima a sede do município. Seu povoamento tornou-se possível por
volta de 1816 a partir das entradas chefiadas por Bento Maciel Parente que
subjugou os índios tupinambás ali aldeados e matando o cacique Cabelo de Velha.
Quanto à origem do nome, centra-se na idéia que com a junção do som da arma
(pu) que matou o cacique Cabelo de Velha, que os índios chamavam de Cururu.
CURURU+PU deu origem ao nome. Atualmente o município possui uma população
estimada em 30.802 mil habitantes segundo o IBGE (2016) sendo a maioria negros
descendentes de escravos que trabalhavam nas fazendas da região, na produção de
aguardente. Os primeiros negros que povoaram a cidade de Cururupu vieram do
Daomé atual Benin.
As primeiras discussões
O Movimento
Negro em Cururupu tem início em 1991, com o Grupo de Consciência Negra de
Cururupu (GCNC) um dos objetivos era discutir temas atinentes a população
negra, bem como reconstituir as histórias de vida de lideranças comunitárias e
dar maior visibilidade as comunidades. Em 1994 é fundado o Bloco Afro Omnirá, que
no carnaval desfila pelas ruas de Cururupu evidenciando elementos da cultura
africana e afro-brasileira. Com a aproximação do tricentenário da morte de
Zumbi em 1995, o tema foi: Mãe Isabel, quilombola de Zumbi, tendo sido Isabel
Mineira a primeira pessoa a abrir um terreiro de Mina em Cururupu. Nesta época
coordenei os trabalhos de pesquisa de campo sobre a homenageada.
Em 2016 trabalhei como professor no Centro de
Ensino João Marques Miranda escola da periferia de Cururupu localizada no
Bairro de São Benedito, nesta instituição percebi um número expressivo de
terreiros que circundavam a escola e de adeptos de religiões de matiz africana
que freqüentavam o espaço escolar, a percepção inicial sobre escola e terreiros
e sujeitos que dialogavam diariamente em diferentes contextos, fez com que
levantasse algumas questões acerca da maneira como se dava a relação dessas
duas instituições. Observei que alguns docentes e discentes participavam de
eventos realizados nestes terreiros, nas variadas funções alguns como
assistentes e outros como iniciados, no entanto esses sujeitos ao retornarem
para o espaço escolar eram silenciados e invisibilizados; com o intuito de
encontrar mecanismos para responder estas questões, bem como o resgatar as
memórias e identidades ali vivenciadas e experiências da comunidade escolar e
de terreiros, apresentei o projeto de pesquisa: “Transmissão e Manutenção das
línguas litúrgicas nas redes educativas de Cururupu”: uma prática para
implementação da Lei 10.639/2003 nas escolas do município ao Programa de Pós-graduação em História, Mestrado
Profissional da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, que se encontra em desenvolvimento.
A luta contra o preconceito e a intolerância no espaço escolar
Para Santa’na (2005) “preconceito é uma
opinião pré-estabelecida que é imposta pelo meio, época e educação”, tendo em
vista isto, muitos são os fatores que levam uma pessoa a criar pré-conceitos
acerca de uma pessoa, grupos e sobretudo
das religiões de matriz africana.
Não dá para fingir que é na escola onde
se concentra uma gama considerável de posturas preconceituosas entre alunos de
diferentes classes sociais, no entanto em algumas situações essas práticas são
camufladas pelas instituições, que fingem desconhecer esses agravantes, muitas
vezes defendem que sua prática não configura preconceito. Uma das vertentes do
racismo, o preconceito é muitas vezes, a prática mais comum neste espaço e dependendo
da forma como se apresenta na sociedade, sobretudo na escola, tem gerado grande
sofrimento nestes sujeitos que se sentem impotentes, a falta de informação para
o que oprime, ao praticar o ato consolida a ineficiência da educação escolar e
familiar, ao oprimido, que não possui sua identidade afirmada.
No cenário escolar essa cultura do
superior/inferior e muitas outras formas de discriminação é transmitida por
membros que compõe o quadro funcional da escola, dentre estes, os professores
de disciplinas que trabalham diariamente com conteúdos que envolvem essas
discussões, reafirmando muitas vezes um comportamento preconceituoso na prática
escolar:
“não precisamos ser profetas para compreender que o preconceito incutido na cabeça do professor e sua incapacidade em lidar profissionalmente com a diversidade, somando-se ao conteúdo preconceituoso dos livros e materiais didáticos ás relações preconceituosas entre alunos de diferentes ascendências étnico-raciais, sociais e outras” (MUNANGA, 2005, p.16).
Esta diversidade presente nas escolas,
em termos gerais tem sido objeto de muitas discussões, oriundas de vários
campos do conhecimento, levando professores e alunos a pensarem de fato como
trabalhar e conviverem com essas diferenças que permeiam o cotidiano escolar,
em contextos práticos muitos são os apontamentos apresentados, mas que pouco
tem favorecido, talvez pela falta de motivação desses sujeitos, percebe-se, nos
espaços escolares uma constante fuga em
evidenciar o enfretamento de combate ao preconceito como forma de trazer à tona
acontecimentos tão evidentes, mas que a escola finge não acontecer, talvez
pelo despreparo e mesmo pela falta de
motivação em buscar um campo de discussão e meios para encontrar estratégias
para amenizar este problema tão presente em nossas instituições de ensino, “que
ao longo dos anos vem desestimulando o aluno negro e prejudicando seu
aprendizado” (MUNANGA, 2005, p.16).
Outro componente, visivelmente
observado é o conteúdo curricular trabalhado em sala de aula pelos professores
e que pouco privilegiam a população negra, pouco se fala sobre o assunto e
quando falam apresentam imagens estereotipadas que dificulta a identificação de
alunos negros com as representações contidas nos livros e materiais didáticos, estes
fatores fazem com que alunos assumam condutas de afastamento e consequentemente
“venham muitas vezes, a desenvolver comportamento de auto-rejeição”. (SILVA,
2005).
Não é difícil reconhecer, na figura do professor
um papel quase que determinante para alunos na continuidade à frequência
escolar, que, por conseguinte ocasiona uma parcial ou total falta de
deslumbramento pelo estudo.
Disto isto, ao falar do educador, da
educação e da construção de uma autoestima positiva para o educando negro, centra-se
um debate acerca das relações raciais e nas desigualdades na educação. Abordam-se
as implicações que dificultam o relacionamento entre alunos e professores, e
até mesmo com indivíduos do mesmo grupo, que ao perceber grupos privilegiados
na escola em detrimento da negação de outros, preferem juntar-se a grupos fora
de sua realidade social. Casos mais acentuados dessa migração são observados
com alunos negros, que observam nesses grupos um refúgio e uma forma de escapar
de estereótipos a eles aplicados no cotidiano escolar.
Outro fator que contribui para a autonegação
desses atores é a falta de inclusão no currículo escolar de temas que discutam sobre
a religiosidade de povos africanos e a falta de motivação em atividades que
tratam da cultura africana e afro-brasileira como
elemento no contexto dessas instituições, o que se observa, ao se referir, a estes
conteúdos curriculares é que na prática escolar, são vistas como comemorativas
em vez de um caráter questionador, o que dificulta uma discussão mais acentuada
sobre o assunto, se junta à discussão uma prática bastante recorrente, a intolerância,
que muitos alunos passam no espaço escolar, neste percurso esta prática tem
sido mais acentuada em relação às religiões de matriz africana. Como
problematizar intolerância na Escola? Esta pergunta muito se tem feito nas
discussões acerca do assunto e acentuadamente nos grupos de movimento negro, sobretudo
nas casas de culto de religião de matriz africana, nas escolas este
acontecimento decorre da falta de experiência dos sujeitos na interpretação
desses eventos e configura rituais pedagógicos excludentes no que se refere aos
conteúdos de África.
“A autoafirmação de determinada postura pessoal como intolerante, racista que assume discriminar o outro, não faz parte da expectativa razoável nem dos militantes, nem dos pesquisadores/as das relações étnico raciais no Brasil. É muito difícil encontrar alguém que se apresente como preconceituoso racista e intolerante entre os brasileiros. Somente através de inferências lógicas sobre análises de discursos e conteúdos têm sido possível identificar essas atitudes” (SANTOS 2015).
Não há de se negar que posturas
intolerantes apresentam-se de variadas formas, sobretudo comentários que levam
a entender que as religiões de matriz africana não fazem parte do contexto
religioso, levando muitas vezes adeptos a negarem sua fé no espaço escolar e
posteriormente em suas comunidades, é necessário que a escola coloque em
prática o princípio de laicidade, e ofereça condições para que alunos possam
escolher qual religião quer adotar, soma-se a isso uma seleção mais dinâmica na
escolha dos professores de Ensino Religioso, adequação de conteúdos ao
currículo que privilegiem os variados grupos que permeiam o ambiente escolar. Centra-se
na idéia que isto diminuirá o distanciamento entre terreiros e o Centro de
Ensino João Marques Miranda.
Dinamismo nos terreiros
Os
terreiros mantém uma ligação com os afros-descendentes por meio das atividades
que desempenham, mostrando características da cultura africana e afro-brasileira
“confirmando seu papel como redes educativas de ensino” (CAPUTO, 2015) na
transmissão das linguagens e códigos concernentes a estrutura de funcionalidade
dos templos e dos rituais, diariamente essas casas são submetidas a
comportamentos de intolerância de todos
os lados, quando da prática escolar, este acontece dentro dos “rituais pedagógico”,
(SANTOS, 2015) em outros espaços são coordenadas pelos mais diferentes grupos
da sociedade, que assumem uma conduta consciente e articulada para com os
cultos afros e, sobretudo contra os dogmas religiosos por esses sujeitos
praticados, levando muitos terreiros a fecharem suas portas.
Desta forma, os terreiros têm buscado discutir dentro de sua
comunidade meios de resolver essas questões e, sobretudo reafirmar a maneira
como desenvolvem sua didática religiosa na transmissão e manutenção de suas
atividades ritualísticas, repassam os conhecimentos aos membros da comunidade,
através da observação e repetição nas atividades desenvolvidas nos terreiros. “supõem-se
que os mais jovens devem aprender com os mais velhos, transmitindo-se
conhecimento religioso pela palavra não escrita” (PRANDI, 2000). Justifica-se
que mesmo diante de práticas de intolerância, os terreiros desenvolvem um
dinamismo na sistematização dos elementos pertencentes aos cultos, sendo os pais
e mães de santo os seus maiores regentes. Disto isto este trabalho é um
desdobramento do projeto de pesquisa que visa discorrer acerca de como é A
RELAÇÃO TERREIRO ESCOLA: diálogos para um ensino de História que repense o
currículo escolar com base na Lei 10.639/2003 no Centro de Ensino João Marques
Miranda em Cururupu MA, Levando em consideração alguns pontos observados, a princípio a pluralidade
de olhares sobre escolas e terreiros e suas intra e inter-relações, tomando
como unidade empírica de análise um contexto relacional representado pelo
Bairro de São Benedito e “como a escola se relaciona com membros de terreiros” (CAPUTO,
2012) mais precisamente com indivíduos dos terreiros que circundam a escola.
Discutindo a lei 10.639/2003
A escola configura um lugar onde se produzem
saberes, práticas e vivências e que esta produção de conhecimento entre
professores e alunos tende a afirmar e reafirmar as identidades e demonstrar a familiaridade
do grupo ao qual pertencem buscando espaços de discussões na elaboração de
mecanismos da prática escolar, na perspectiva de exercitar a consciência
histórica para construção e reconstrução de conceitos e conseqüentemente o
reembolso de princípios didáticos no ensino de História em que permeie conteúdos
que tratem de temas atinentes as classes sociais que formam o nosso país, para
isso:
“Torna-se necessário que professores e alunos busquem a renovação dos conteúdos, a construção de problematizações históricas, a apreensão de várias histórias lidas a partir de distintos sujeitos históricos, das histórias silenciadas, histórias que não tiveram acesso à História. Assim, busca-se recuperar a vivência pessoal e coletiva de alunos e professores e vê-los como participantes da realidade histórica, a qual deve ser analisada e trabalhada, com o objetivo de convertê-la em conhecimento histórico, em autoconhecimento, uma vez que, desta maneira, os sujeitos podem inserir-se a partir de um pertencimento, numa ordem de vivências múltiplas e contrapostas na unidade e diversidade do real”. (SCHMIDT, 2005, p. 299).
Esta prática se faz necessário por
tratar de questões que envolvem uma instituição carente de participação de seus
membros na aquisição e deliberação de conteúdos que disponibilizem instruções
para construção de uma escola mais justa, e menos verticalizada, esses anseios tende
a acontecer quando exercitamos nossa reflexão acerca de conceitos, práticas
pedagógicas, numa imersão que promova uma reflexão coletiva. Estas discussões
vêm acontecendo nas mais diferentes instituições que tratam do assunto, e com
alguns poucos resultados.
Após anos de discussão acerca do currículo
escolar nas escolas das redes públicas, a Lei 10.639/03, que trata do ensino de
História da África e da Cultura Afro-brasileira nas
instituições de ensino de todo o país “Prescreve que as religiões
afro-brasileiras sejam abordadas em sala de aula, como parte de um conjunto de
práticas e valores de origem africana importante para o desenvolvimento da
população negra no Brasil.” (BAKKER 2011)
A promulgação da Lei 10.639/2003 foi para muitos
uma possibilidade no processo de inclusão de temas voltados à África e a
cultura afro-brasileira que se somariam a uma parcela de trabalhos já
desenvolvidos por grupos do movimento negro, pesquisadores e professores, não obstante
um dos grandes entraves na aplicação da Lei que inauguraria nas escolas uma
possibilidade de inclusão de temas voltados a população negra de nosso país,
foi em aspectos mais gerais a total incompreensão de sua aplicabilidade dentro
da grade curricular, como aponta Oliva ao questionar: “Como ensinar o que não se conhece? Para além
das interrogações, a lei revela algo que os especialistas em História da África
vêm alertando há certo tempo: Esquecemos de estudar o Continente africano”.
(OLIVA, 2003, p.421). Como a lei 10.639/2003 poderia concorrer com conteúdos
secularmente ensinados nas escolas do país? No que se refere à Lei centram-se,
que para muitos professores ao introduzir certos conteúdos na grade curricular,
fariam uma busca de formação que engajaria tempo, e iria contra a produção
curricular eurocêntrica existente, bem como a delimitação desses conteúdos,
pela quantidade no que se refere à própria África como um todo e as várias
áfricas que vieram para o Brasil no comércio transatlântico.
Metodologia
Soma-se ainda o esforço por problematizar os pontos de vista de
atores sociais que protagonizam as relações entre escola e comunidade em uma
conjuntura histórico-social específica, o que permite situar o foco da presente
pesquisa sobre as interfaces, cruzamentos de espaços e co-representações
identitárias. Nesse contexto a despeito da extensão do universo empírico e das
dificuldades operacionais para tratamento das informações, a pesquisa será
realizada com base na combinação e diferentes estratégias metodológicas. Uma
abordagem a ser utilizada para aquisição de respostas no desdobramento da
pesquisa será a observação etnográfica como forma de encontrar subsídios para
elaboração do texto final, a incursão neste método é fazer o encadeamento das técnicas
as quais a etnografia faz uso, neste sentido os métodos farão parte no
cotidiano do estudo objetivando alcançar uma pesquisa que ofereça uma
quantidade significativa de elementos, para maior compreensão na execução do
texto, o estudo buscará incursionar na observação participante como forma de
agregar as manifestações de atitudes e posturas tanto na prática escolar quanto
aos terreiros e seus regentes:
Grosso modo, trata-se de tentar
harmonizar a utilização de abordagens quantitativas e qualitativas que
facilitem a compreensão nesses espaços, no tocante à vivência desses atores no
que se referem a comportamentos quando da experiência no contexto escolar e nas
casas de cultos, como se pode, a partir desse método extrair os fatores que
formatam esse distanciamento. A aplicação de questionários de administração
direta para os alunos do Centro de Ensino João Marques Miranda objetiva
equacionar a representatividade das religiões no contexto escolar e, sobretudo a
visão de professores e alunos acerca das religiões de matriz africana, com isso
aproximar estas duas instituições. Ao dar
notoriedade às histórias de vidas desses agentes que compõe esses dois espaços,
pretende-se, aplicar ferramentas da etnografia e da história oral realizando
entrevistas em profundidade, objetivando dar voz a esses sujeitos bem como
constituir um espaço que venha provocar o “despertar” a reatualização das
experiências passadas, modificando a configuração das relações analisante/analisado”.
Busca-se com isto operacionalizar, ações que
favoreçam uma compreensão num campo mais formal, sobre a relação terreiros e
escola e como essas redes de ensino se olham no cotidiano no bairro de São Bendito
a despeito das religiões de matriz africanas e de seus atores que freqüentam os
mesmos espaços. Com base dessas informações pretende-se com isso convocar
discussões que atentem para a visão que professores e alunos possuem acerca das
religiões de matriz africanas e, sobretudo dos terreiros que circundam a escola
objetivando redimensionar a formatação do currículo em atividade no Centro de
Ensino João Marques Miranda.
Considerações
finais
O distanciamento que atualmente configura o bairro
de São Benedito, em se tratando de terreiros que se localizam no entorno do
Centro de Ensino João Marques Miranda tem sido o objeto de discussão a que se
propõe este projeto de pesquisa, entre olhares e interpretações das religiões
de matriz africana no contexto escolar, bem como os conceitos sobre terreiros
que alunos e professores possuem acerca das religiões de matriz africanas ali
desenvolvidas.
Espera-se com as discussões traçar mecanismos de
aproximação e reaproximação advindos das trocas experienciais. É fundamental
que essas redes educativas de ensino quebrem esse distanciamento, estreitem
laços e que busquem possibilidades de abordagem na discussão de ferramentas
para aproximarem alunos no convívio escolar, bem como a atualização curricular
em que de fato se trabalhe o que versa a Lei 10.639/2003 para um ensino de História
da África e da cultura afro-brasileira evidenciando a cultura local no tocante
as práticas desenvolvidas nos terreiros próximos à escola.
Referências
Jêibel Márcio Pires Carvalho Mestrando do Programa de Pós-graduação em
História da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) Professor da Rede Estadual
e Municipal de Cururupu-MA.
BAKKER,
Rachel Rua Baptiste. Na escola com os
orixás: o ensino das religiões afro-brasileiras na aplicação da Lei 10.639.
Tese de Doutoramento. São Paulo. Universidade de São Paulo. 2011.
CAPUTO,
Stela Guedes, Educação nos terreiros: e
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Caputo. 1° Ed. Rio de Janeiro: Dallas, 2012.
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Stela Guedes, Aprendendo Ioruba
nas redes educativas dos terreiros: história, culturas africanas e
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MUNANGA,
Kabenguelê. Superando o Racismo na
Escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005 – MEC.
OLIVA,
Anderson Ribeiro. A História da África nos bancos escolares. Representações e
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SCHIMIDT, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos; GARCIA, Tânia
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SILVA, Ana Célia da. A DESCONSTRUÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO NO LIVRO DIDÁTICO. In: MUNANGA, Kabenguelê. Superando o Racismo na escola.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2005 – MEC.
Parabéns pela exposição e principalmente pelo tema. Você tem um grande desafio como pesquisa, embora tenhamos uma lei que garante esse tema na sala de aula (religião de matriz africana) ainda encontramos muitos entraves que vão da escola a sociedade civil. Quanto a sua metodologia, que é fazer uma análise quantitativa e qualitativa dos questionários aplicados, você já tem algum parecer para compartilhar? E como foi a experiência de propor tal temática na sala de aula?
ResponderExcluirCirila Regina Ferreira Serra
Boa tarde cirila Serra, obrigado pelo contribuição. Pois bem, quanto ao primeiro contato houve sim resistência por parte de alguns alunos que não participaram das explicações e até mesmo na aplicação do questionário , já num segundo momento foram mais receptivos, retorno agora para trabalhar as entrevistas, quanto a lei espero que não muito distante, os conteúdos propostos pela lei possam de coadunar aos já existentes não carecendo necessariamente desse caráter obrigatório mas que possam caminhar com fluidez e garbo por temas secularmente trabalhados no currículo.a isto a pesquisa se propõe... Jêibel Márcio Pires carvalho.
ExcluirParabéns pelo trabalho! É interessante e desafiador abordar um tema tão relevante, porém pouco explorado no contexto escolar por diversos fatores. Em relação à metodologia, ao problematizar esse tema em sala de aula, quais foram as reações dos alunos no que diz respeito à intolerância, relevância do estudo e o próprio reconhecimento? E as dificuldades encontradas por você para aplicar sua pesquisa no campo escolar?
ResponderExcluirAtt,
Jéssica Mayara Santos Sampaio
Boa tarde! obrigado,a escola que pesquisa é assumidamente periférica, quanto aos desafios encontrados em sala de aula, a principio o estranhamento dos alunos por considerarem as religiões de matriz africana demonizadas postura secularmente repassada em nossa sociedade.Ao problematizar observa-se um silenciamento de alunos e quadro funcional da escola, os poucos que se assumiam eram de maneira muito restrita e isolada,casos de intolerância partiam por alunos que faziam Comentários desagradeis e ate mesmo ofensivos, quanto a aplicação, presenciei a saída de alunos que se omitiam a responder questionários ou assistir as explicações, o que para mim já era esperado... num segundo momento já os achei mais receptivos, espero que com isto possa diminuir as distancias entre estas duas instituições tão próximas fisicamente mas distantes em termos de relacionamento...
ExcluirBoa tarde cirila Serra, obrigado pelo contribuição. Pois bem, quanto ao primeiro contato houve sim resistência por parte de alguns alunos que não participaram das explicações e até mesmo na aplicação do questionário , já num segundo momento foram mais receptivos, retorno agora para trabalhar as entrevistas, quanto a lei espero que não muito distante, os conteúdos propostos pela lei possam de coadunar aos já existentes não carecendo necessariamente desse caráter obrigatório mas que possam caminhar com fluidez e garbo por temas secularmente trabalhados no currículo.a isto a pesquisa se propõe... Jêibel Márcio Pires carvalho.
Excluir