GÊNERO E ENSINO DE HISTÓRIA: AS REPRESENTAÇÕES DAS
MULHERES NO LIVRO DIDÁTICO
“As pessoas precisam estudar uma história em que se
percebam parte do todo e não meros figurantes no processo histórico”. (FONSECA,
2003)
O presente artigo tem como objetivo analisar como as
mulheres são representadas nos livros didáticos, visando perceber a diferença
entre a historiografia e os tais livros. Quais as imagens e narrativas
apresentadas sobre as mulheres no material didático? Devemos pensar na
importância da história sobre as mulheres se fazer presente nos livros que os
(as) jovens vão utilizar, e não apenas entendê-la como temática para um grupo
de pesquisadores e pesquisadoras.
Os (as) professores (as) na sala de aula devem buscar
vários recursos, mas sabemos que ainda o livro didático é o meio mais usado por
muitos (as) docentes para explanar sobre o conhecimento histórico, então o
cuidado deve ser muito grande com esse conteúdo.
A liberdade no livro didático é algo muito recente,
pensando que durante a ditadura a vigilância sobre os ensinamentos que estavam
presentes no material didático era muito grande, e apesar de que na década de
1980 haver uma reabertura política que provocou mudanças, isso não ocorreu
rapidamente, e mesmo depois do período da ditadura acabar, ainda temos uma
grande herança dele. O livro ainda é um objeto que gera muito debate, pois pode
atender diversos interesses como de mercado e culturais.
Na atualidade as mulheres estão avançando no meio
acadêmico e a historiografia sobre elas cresce, mas isso não é tão perceptível
nos livros didáticos. As mulheres por muito tempo ficaram excluídas da história
escrita, essa situação só começou a mudar no século XX, até então a imagem das
mulheres estava majoritariamente no ambiente doméstico. E a escrita da história
era feita por homens, dessa forma tratando de assuntos de seus interesses.
Cada vez mais, existe um cuidado maior com os livros
didáticos, tanto na parte da edição e cuidado com erros de informações gerais e
contextualização, como também leis que geraram mudanças no ensino de história,
como a lei de número 13.381/08, que torna obrigatório, na rede pública estadual
do Paraná no ensino fundamental e médio o ensino do conteúdo de História do
Paraná, o que aproxima os (as) alunos (as) da sua própria história, e a lei número
11.645/08 que deixa obrigatório o ensino da História e cultura afro-brasileira
e indígena. Todas essas leis, além de melhorar o ensino de História e aproximar
os alunos e alunas da sua realidade histórica, servem também para nos
repensarmos sobre a forma como vem sendo escrita a história nos livros
didáticos. Nem sempre existe uma representação e o questionamento fica como nós
mulheres estamos sendo vistas nessas matérias que servem de apoio para a
maioria dos professores e professoras.
É necessário perceber através de pesquisas, se as
demandas sociais por representação igualitária das mulheres estão presentes nos
livros didáticos. Abrangendo o ensino médio, fase escolar em que temos
adolescentes que necessitam e devem ser representadas. Essas jovens não podem
se ver apenas como um objeto da História, elas têm que perceber seu
pertencimento a essa História, a final as mulheres estavam sim lutando pelos
seus objetivos em todos os períodos na história. O que acontece é que por um
longo período elas foram esquecidas pelos historiadores, esse esquecimento já
passou, agora a questão é o esquecimento no ensino, no material didático.
A ideia principal é a investigação nos livros didáticos,
perceber a representação das mulheres, ou a falta dela, tendo como um objetivo
a escola ser um ambiente não apenas de reprodução, mas ser possível a criação
de saberes. A educação não sendo apenas um esclarecimento, mas gerando a
capacidade de reflexão, portanto, ela deve ser questionadora. O processo de
escolarização deve ser baseado pelos sujeitos que estão inseridos em toda a
sociedade, gerando uma educação integrada com o meio social.
Para desenvolver a pesquisa, proponho a análise do
livro didático ‘Ser Protagonista História’ do Ensino Médio 1º ano, 2ª edição,
2013. Analisando os temas referentes à História das mulheres nesse livro,
possibilitando perceber as narrativas, imagens e também “silenciamentos” que
existem no ensino sobre o tema, já que o livro didático é uma fonte
importantíssima.
Nas últimas décadas a produção sobre as mulheres na
História foi intensa, e percebemos isso no meio acadêmico, mas nos livros
didáticos? E quando elas aparecem, como são vistas? Como são representadas as
mulheres que por um longo período foram esquecidas da história? Na grande
maioria das vezes não são estudadas, e quando são, acontece de uma forma geral.
Precisamos dar nomes a essas mulheres, estudar a sua influência e não apenas
generalizar.
Ainda é muito perceptivo nos livros didáticos a falta
de ênfase para o lado humano, pensando apenas o político e econômico, o que
gera a falta de representação. E por consequência, a falta de interesse dos
alunos e alunas, e principalmente quando estamos falando das mulheres. E para
elas se perceberem e formarem a consciência histórica, que para Jorn Rüsen
abrange não só a teoria, mas a prática a reflexão, elas têm que estar
representadas no que estão lendo e estudando, se vendo assim, como sujeito
histórico.
A pesquisa tem que ter uma função social, e ela
precisa sempre retornar a sociedade, e não apenas ficar presa num círculo de
pesquisadores e pesquisadoras.
“Os profissionais devem
sempre tomar cuidado, prestar atenção e insistir em que, na medida do possível,
o estado de investigação de sua matéria chegue sem grande demora aos livros didáticos.
” (RÜSEN, 2015, p.11)
Esse é o interesse dessa pesquisa, analisar até que
ponto as pesquisas realizadas sobre as mulheres, estão presentes no meio social
e de que forma estão chegando aos materiais didáticos. E tentar diminuir a
distância entre o que é produzido no meio acadêmico com o que é ensinado no
ensino médio. Principalmente estudando os eventos políticos sociais e os estudos
envolvendo as mulheres.
Analisando alguns livros fica claro que é muito
difícil encontrar esses temas presentes, é claro que é necessário analisar mais
a fundo, mas é notável o uso de imagens, mas que na sua maioria das vezes,
estão deslocadas, não tendo relação com os textos, como se fosse uma obrigação,
isso ocorre com todos os grupos marginalizados pela história, índios, negros.
Mas é difícil encontrar em um livro didático narrativas sobre a participação
feminina durante a ditadura militar, por exemplo, e sabemos que existe pesquisa
sobre o tema, mas a impressão que fica na cabeça dos alunos e alunas é que esse
período ficou marcado apenas por uma luta masculina, e as mulheres onde estavam?
Estavam lutando sim, em todos os lados e de diferentes formas, e é nosso dever
como professoras e professores de história mostrar para nossos educandos e
educandas.
Temos sempre que pensar que as mulheres têm o direito
de se ver na história. Como formar uma consciência histórica quando na escola
elas só estudaram uma “história masculina”? Elas raramente se viram como
sujeitos históricos. Para as mulheres agirem na sociedade a partir de suas
escolhas, é necessário a escola contribuir para o desenvolvimento dessas
consciências. Quando tratamos assuntos relacionados a gênero, temos como
exemplo Simone de Beauvoir que em uma frase na década de 1967, afirma que a
mulher não nasce mulher, mas se torna mulher, em parte, conhecendo a sua
história, por isso é necessário incluir as mulheres no ensino escolar.
Se a história for apenas o tradicional, as mulheres só
aparecerão de forma secundária, e muitas vezes omitindo a sua participação. A
educação é libertadora, quando ensinada pensado em todos e todas. As mulheres
foram “vitimizadas” em muitas situações autoritárias, é necessário sair da
aceitação do sofrimento ou inferioridade, acreditando podem agir em prol de si
mesma. Uma nova postura, e mudanças sociais, necessitam de uma educação
libertadora, a História para todos (as), sem interesse apenas de uma elite, da
qual a maioria não faz parte.
“O presente envolve o passado e no passado toda a
história foi feita pelos homens. No momento em que as mulheres começam a tomar
parte na elaboração do mundo é ainda um mundo que pertence aos homens.”
(BEAUVIOR, 1967, p.15)
Mesmo sendo um grande avanço, as mulheres estarem
presentes na historiografia, só teremos uma educação igualitária, quando os
livros didáticos possibilitarem uma história, que as mulheres estejam presentes
de uma forma significativa, e em vários aspectos e momentos, dando direito a
visibilidade. Até chegarmos ao ponto de não mais, nos referirmos aos seres
humanos como “os homens”, tornando assim uma escrita e educação igualitária.
Tornando o pensamento histórico, não apenas como um estudo sobre o passado, mas
uma problematização dos assuntos contemporâneos, e principalmente o que
influencia os alunos e alunas, possibilitando a formação da consciência
histórica, mostrando diferentes representações para aqueles que apreendem. Não
ficando presos a moldes.
“O mundo exterior tem o poder de modificar o modo como
o entendemos, da mesma forma que nosso conhecimento pode ser aplicado para
intervir com sucesso na estrutura e operação de partes desse mundo” (LLOYD,
1995, p.56). Seguindo o pensamento de Lloyod, é que esse trabalho entende que
os conhecimentos produzidos no meio acadêmico, devem estar presentes na sala de
aula, no ensino básico, para assim poder haver uma mudança, uma sociedade mais
justa e igualitária. O conhecimento deve chegar a todas as esferas da
sociedade, do contrário ele só serve para enaltecer o ego de alguns, enquanto
outros que não possuem as mesmas possibilidades ficam nas margens, sem acesso
do que seria para esses uma possibilidade de viver no mundo de outra forma.
Os professores e professoras devem buscar uma consciência
social, que não busque apenas pelo conhecimento do conteúdo que está
lecionando, mas a importância desse estudo para a vida dos alunos, para a
sociedade, que auxilie a tornar todos mais próximos, mais “humanizados”.
Possibilitando a partir da história e da educação uma convivência melhor com o
outro, respeitando gênero, classes e escolhas de cada indivíduo.
Gênero pode ser entendido como um “elemento
constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre
os sexos e o gênero é um primeiro modo de dar significado ás relações de
poder”, como afirma Scott (1990, p.14), essas questões devem ser alvos de
problematização nas escolas e consequentemente na sociedade, compreendendo que
a escola deve ser um espaço democrático para todos e todas. O estudo de gênero
é uma forma de questionar as relações de poder, buscando dessa forma a
igualdade. As relações de poder entre homens e mulheres, criadas socialmente,
muitas vezes que colocam as mulheres em uma posição de inferioridade, ainda são
aceitas por alguns até hoje, desse modo devem ser sempre questionadas, pois são
fortalecidas em diversos discursos. O movimento feminista teve sua maior
contribuição a partir dos anos 1960/1970, teve grande influência para a escrita
da história das mulheres, questionando essas relações de poder e sempre tendo
como objetivo a igualdade entre os sexos.
Quando pensamos nas mulheres pelo viés da história,
elas estão sempre no espaço doméstico, a situação começou a mudar no século XX,
e começaram a aparecer como heroínas, com a apresentação de algumas mulheres
ilustres. “Tratava-se inicialmente de tornar visível o que estava escondido, de
reencontrar traços e de se questionar sobre as razões do silencio que envolvia
as mulheres enquanto sujeitos da história” (PERROT, 1995, p. 20), essa
conquista fez com que estudos antes não realizados, começassem a ganhar forma,
passando a construir um saber histórico.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
Paraná (2008) apresentam os sujeitos da Educação Básica, enaltecendo que as
escolas passaram a atender um número cada vez maior de estudantes de classes
populares, assim a importância da inserção de diferentes sujeitos históricos. O
diálogo sobre gênero e diversidade sexual deve estar presente para a construção
de uma sociedade mais igualitária.
Ao analisar o livro didático de História “ Ser Protagonista ” do primeiro
ano do ensino médio, percebe-se que as mulheres não aparecem de uma forma
ativa. Se olharmos apenas para os personagens históricos, já percebemos que os
nomes de homens aparecem inúmeras vezes e com ênfase, já as mulheres, apenas
duas personagens aparecem no livro todo, Joana d’Arc e rainha Nzinga. E apenas
na página 177 é que uma das duas mulheres que estão no livro é trabalhada, ou
seja, os alunos e alunas lerão o nome de uma mulher no livro didático
provavelmente na metade do ano escolar.
Nas primeiras páginas do livro, os textos apresentam apenas um
vocabulário com termos masculinos, “os historiadores”, “o historiador”, essa
linguagem passa a ideia de que um grande historiador, pesquisador, será sempre
um homem.
“Um livro didático que sistematicamente apresentasse as mulheres apenas
como enfermeiras e os homens como médicos, por exemplo, estava claramente
contribuindo para reforçar esse estereótipo e consequentemente, dificultando
que as mulheres chegassem ás faculdades de medicina”. (SILVA, 2010, p. 82)
A edição do texto de 2013, recente, deveria conter mais aspectos
igualitários, não pode se dizer que o livro tem uma escrita igualitária pois
apenas na página 12 foi utilizado o termo “homens e mulheres”, ao trabalhar com
o tempo na história. Ao se direcionar aos homens e mulheres, a percepção dos
educandos e educandas é que a história foi feita pelos diferentes gêneros, e
não apenas os homens como estão habituados a ler.
O primeiro personagem apresentado pelo livro é Júlio Cesar, um
personagem homem está no texto já na página 14 enquanto uma mulher só aparece
na página 177, a falta de representação para as alunas do primeiro ano do
ensino médio é grande, essa identidade que falta no livro é uma questão de
saber e poder. É por isso que o conceito de gênero foi criado, para enfatizar
que as identidades femininas e masculinas são historicamente produzidas, e isso
reflete na sociedade e por vezes nas escolhas das mulheres.
A linguagem do material didático trabalhado é marcada pelo gênero
masculino, na página 18, temos o primeiro material que envolve as mulheres. O
texto explica sobre as diversas fontes, e exemplifica uma fonte iconográfica
com um cartaz contra a violência que as mulheres sofrem, mas não existe nenhuma
reflexão maior sobre o tema, o cartaz é apresentado apenas como um exemplo.
Fig. 1
Fonte: Ser protagonista, 2013.
Ao entrar no tema do Egito Antigo, as mulheres só aparecem de forma
generalizada no final do conteúdo, apenas um parágrafo dando destaque as
mulheres da família real, mas não apresentando significado e relevância para o
conteúdo, apenas uma breve explanação.
“As tradições matrilineares, comuns em diversas sociedades africanas,
também eram praticadas no Reino de Cuxe. As mulheres da família real podiam
desempenhar várias funções e ocupar cargos de liderança”. (REIS, et. al. 2013,
p. 57)
“Apesar do destaque político da mulher de linhagem real, plebeias não
contavam com nenhum privilégio ou vantagem social. (REIS, et. al. 2013, p. 57)
Sem citar nome algum de mulher, nem mesmo nas atividades. Cleópatra que
governou o Egito e com toda sua importância, não é apresentada e nem citada
pelo livro, lembrando que Júlio Cesar por exemplo já é trabalhado no início do
livro.
Sobre a Mesopotâmia, em apenas uma parte do texto ao relatar sobre a
agricultura e pecuária, é trabalhado com o termo “homens e mulheres” na página
64, a segunda vez a penas no livro que essa expressão surge, mas nas atividades
não existe relação alguma com as mulheres.
Ao analisar o livro didático em todas as vezes que foi trabalhado sobre
as mulheres, são apenas pequenos parágrafos ao lado da página, um anexo ao
texto, mas não pertencendo ao conteúdo principal, como no caso da Grécia Antiga,
um pequeno parágrafo explicando sobre algumas peças teatrais, que as mulheres
faziam, retratando reuniões na assembleia, o que não era possível na época, mas
essas peças podem ser vistas como manifestações.
Outro pequeno parágrafo sobre as mulheres é sobre o Islã, apenas
explicando o uso das burcas, mas sem relação com as atividades.
As mulheres pouco aparecem e quando isso ocorre, é na posição de
donzela, em uma imagem retratando a cultura e sociedade medieval, são
apresentados dois cavaleiros brigando e uma mulher olhando, como se estivesse
sendo disputada pelos dois. O texto também só apresenta os membros da cavalaria
e uma história em que só os homens estão presentes.
A primeira personagem representada no livro é Joana d’Arc, na página 177
o texto a apresenta “não apenas como uma pessoa do povo, mas uma mulher” “vestida
como um homem -um escândalo na época” “foi julgada e condenada por bruxaria e
heresia”, além de estar presente no texto, três atividades são realizadas e é
trabalhada a visão que a sociedade tinha na época em relação à mulher e contextualizando
com a atualidade. A outra mulher apresentada no texto, não teve o mesmo
destaque que Joana d’Arc, apenas um parágrafo sobre a rainha Nzinga africana,
trabalhando com a expansão marítima europeia. Nzinga é apresentada como uma
curiosidade, apresentando na frente das negociações em Luanda no século XVII.
A representação feminina é pouca no livro didático trabalhando, é
perceptível que o homem está sempre em posição de destaque, seja pelos
personagens históricos, pela forma de escrita, pela falta de atividades, mesmo
sendo considerado um livro atual, não atende ás demandas que as alunas de
ensino médio necessitam. Dessa forma,
esse livro não inclui de maneira concreta todos os sujeitos históricos, e a
formação social e política acaba sendo falha, pela falta de representação para
uma sociedade mais igualitária.
REFERÊNCIAS
Ana Carolina S. Prohmann é licenciada em História pela UNESPAR –
Universidade Estadual do Paraná.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo Sexo. II A Experiência vivida. 2ª Edição. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história. Campinas, SP: Papirus, 2003.
LLOYD, Christopher. As estruturas da história. Rio de Janeiro, Zahar, 1995.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2008.
PERROT, Michele. Escrever uma história das mulheres: relato de uma experiência. Dossiê História das Mulheres no Ocidente. Cadernos Pagu. N. 4. Campinas: Núcleo de Estudos de Gênero/UNICAMP, 1995.
REIS, Anderson Roberti dos; et.al. Ser protagonista: História. 2ª Ed. São Paulo: Edições SM, 2013.
RÜSEN, Jörn. Humanismo e didática da História. Curitiba: WA Editores, 2015.
SCOTT, Joan. El problema de la invisibilidade. In: ESCANDÓN, Carmen Ramos (Org.). Género y Historia. Mexico: Universidad Antónoma Metropolitana, 1992.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, 16(2). Jul/Dez, 1990.
SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: Uma introdução às teorias do currículo. 3ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
Parabéns pelas reflexões. Também sinto muitas inquietações a respeito do silêncio historiográfico acerca das nossas trajetórias. Dito isto, gostaria de saber como a autora percebe essa discussão nos cursos de licenciatura em História, sobre a visibilidade do sujeito histórico mulher nas pesquisas acadêmicas e até que ponto existe de fato uma maior aproximação entre pesquisa e produção didática no que concerne ao tema. Grata!
ResponderExcluirJeane Carla Oliveira de Melo
Olá Ana, parabéns pelo seu trabalho. Sua análise me despertou uma reflexão que venho tendo a muito tempo estudando gênero, de que o gênero ainda não é pensado como uma categoria que está presente em todo e qualquer trabalho histórico. O que consegui perceber pela sua análise é que o livro que você analisa "toma o cuidado" de inserir "um pouco" as mulheres nas tramas históricas, porque afinal elas estavam presentes na história, não é mesmo? Porém não se esforça em debater e problematizar a invisibilidade. A partir disso me surgiu algumas questões como: Quem é o/a autor/a desse livro didático? Por que você escolheu esse livro para analisar? Este livro é proposto como aquele que "insere" os novos debates históricos? E ainda, você leciona no ensino médio? Esse é um livro que você utiliza em aula? Creio que só avançaremos nessa questão problematizando a distância entre a academia e o espaço escolar, e que se o debate não avançar, a história continuará afirmando e construindo a segregação entre os gêneros. Um abraço.
ResponderExcluirStela Schenato.
Olá, Ana Carolina. Parabéns pelo artigo. No início do texto, você disse que há ainda uma herança do período da ditadura militar na forma de tratar a história nos livros didáticos. Quais seriam, então, em sua opinião, alguns desses resquícios presentes na representação das mulheres nos livros didáticos no País? E quais seriam, também, alguns dos avanços perceptíveis após a redemocratização? Você percebe que vem havendo uma inclusão, ainda que vagarosa, das mulheres na história nos livros didáticos?
ResponderExcluirObrigado.
Até.
Daniel Roberto Duarte Granetto.
Belíssima reflexão, Ana. Sabemos que, a expansão de pesquisa e a renovação temática inseriram nas investigações campos antes renegados e os transformou em tendência mundial. Todavia, mesmo no século XXI ainda há um distanciamento entre o que a historiografia produz, e o que é transmitido pelo livro didático. As questões de gênero, por meio das imagens e dos textos nos livros didáticos, não deixaram de ser pensadas de maneira diferente da forma com que a sociedade patriarcal e conservadora sempre a concebeu. Assim sendo, o que é preciso fazer para atrelar teoria e prática nos estudos de gênero em sala de aula? A desconstrução dessas imagens e o trabalho com o “silenciamento” seriam caminhos para uma efetiva inclusão da mulher enquanto protagonista?
ResponderExcluirAbraços,
Leide Rodrigues dos Santos
Olá, Ana Carolina!
ResponderExcluirAinda nos dias atuais as mulheres não possuem seu valor e espaço reconhecido, tem-se uma luta diária na tentativa de mudar esse cenário, mudanças que já podem ser observadas no meio social, todavia, ainda possui seus deficit, exemplo disso, no âmbito acadêmico, se alguém quiser pesquisar sobre mulheres na cultura nórdica, no período medieval, ele terá de buscar os fragmentos que aparecem em produções feitas por homens e que falam sobre homens.
Nossa sociedade é machista, isso é inegável! O exemplo utilizado por você, ao observar o livro didático, é um reflexo dessa sociedade onde ainda tem a figura masculina como sendo de maior relevância. Inúmeros questionamentos podemos nos fazer sobre: o que fazer para mudar essa situação? Porque a nossa educação básica permanece com uma cultura machista e não acompanha as mudanças sociais existentes?
E mais, podemos observar que os fatos históricos são narrados de forma a não expor algo mais próximo do ocorrido ao excluir figuras existentes e que estão presentes na história do homem desde seu surgimento, a mulher.
Através do que você nos apresentou, e de meu breve comentário, pergunto algo que possa ser mais uma reflexão: como lecionar, sobretudo História, utilizando o material escolar disponível, inserido no abismo existente, a figura feminina e sua participação e importância ao longo do tempo?
Bruno Silva de Oliveira
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ResponderExcluirOi Ana, parabéns pelo texto. O tema ensino de história e livros didáticos me inquietam na seguinte perspectiva: sabemos que os materiais didáticos possuem discussões pífias acerca de questões de gênero e etnico-raciais, por vezes, trazendo estereótipos e discursos discriminatórios ou deturpados sobre estes eixos de discussão. Logo, quais as soluções mais imediatas em relação a isso no sentido de tornar possível uma aprendizagem crítica e a formação de uma consciência história pautada na diversidade e respeito em um contexto de mordaças quanto a debates de gênero em sala de aula?
ResponderExcluirAtt.
Jessica Caroline de Oliveira
Boa noite Ana Carolina,
ResponderExcluirA restruturação dos livros didáticos trazendo de maneira natural e ampla a participação da mulher nas narrativas é algo extremamente urgente. A sua reflexão encontra ressonância em outras obras didáticas disponibilizadas pelo PNLD. Como é possível transpor os inúmeros estudos de gênero para as obras didáticas e, consequentemente para o cotidiano escolar? Não seria possível uma obra coletiva produzida por mulheres e suas pesquisas?
Maicon Roberto Poli de Aguiar
Olá, Ana Carolina! A historiografia que sempre excluiu ou deu pouco destaque ao papel da mulher na sociedade, ganha importância ou relevância a partir dos anos 70. Será que a própria Escola dos Annales propiciou e contribuiu para este destaque, já que privilegia a investigação histórica através da interdisciplinaridade e não somente das fontes escritas defendidas pela História Tradicional?
ResponderExcluirClésio Fernandes de Morais
Boa noite, Ana! Adorei sua reflexão, concordo quando você diz que a sociedade é, na sua maioria, machista. As mulheres não são citadas como deveriam nos livros, e quando são, não é de forma importante e decisiva. Assim como a importância da mulher até mesmo na independência do Brasil. Todos nós educadores devemos fazer nossos alunos refletirem de forma a não se tornarem machistas e valorizar a força e a importância da mulher em diversas ocasiões que não foram ensinadas nas escolas.
ResponderExcluirDaiane Andreazzi Pastre
Bom dia Ana! Assim como você também me preocupo com essa abordagem tratada nos livros didáticos. Uma questão a se observar é que enquanto professores da educação básica temos que instigar a participação e a conscientização das mulheres em todos os campos de atuação e dar tratamento igualitário ao assunto nas salas de aulas. A questão do gênero já se ampliou e ainda estamos muito presas(os) ao currículo educacional antigo.
ResponderExcluirLeandra Paulista de Carvalho
Concordo plenamente com o artigo! É raro ver alguma personalidade feminina nos livros didáticos, e quando há, pouco se é falado.Por isso, é necessário a tomada de consciência das mulheres a respeito dessa problemática, afinal, sempre estiveram presentes diretamente ou indiretamente em todo contexto histórico mundial que constitui a sociedade. A luta deve continuar, não somente por igualdade, mas,pelo reconhecimento de seus feitos na antiguidade como também no presente.
ResponderExcluirMARCELA KETLYN NOGUEIRA SILVA
Boa noite, Profª Ana.
ResponderExcluirParabéns pela comunicação. Tendo em vista, a urgência em tratarmos gênero em sala de aula, e o contexto de disputa política em que a Educação se encontra, você poderia sugerir formas de abordar o tema com os/as alunos/as?
Obrigada pela atenção.
Um forte abraço,
Danielle Mendes da Costa
Boa noite! Muito interessante a abordagem. Há alguma sugestão em como diminuir essa "distância" entre o que é tratado pela historiografia e o que é apresentado nos livros didáticos? Sugere algum material que trata das mulheres na história de forma didática?
ResponderExcluirMarília Fabiano Roncato Sagula
Oi Ana,
ResponderExcluirÉ sempre bom nos depararmos com inquietações como estas abordadas por você ao longo desse escrito. No entanto, acredito que valha a pena algumas considerações a respeito da dimensão do livro didático enquanto instrumento de trabalho que norteia as práticas pedagógicas de milhares de professor@s Brasil adentro. No tocante a isso, torna-se inimaginável a possibilidade de se fazer notar todas as demandas sociais inerentes ao ensino de história no livro didático, assim como o registro das experiências vividas por homens e mulheres ao longo de suas vidas! Com isso, nota-se muitos outros silêncios no livro didático que não cabe aqui elucidar, mas o que precisamos de fato é promover formação inicial e continuada dos professor@ de história para lidarem com as interfaces das questões de gênero na sala de aula da educação básica, temas tão caros aos professores em tempos de "Escola Sem Partido". Recuperar os PCNs, a ideia de transversalidade dos conteúdos e fomentar metodologias proativas para o ensino de história de forma interdisciplinar caracteriza nosso maior desafio para se ensinar história nessa primeira metade de século. Você aponta algumas situações que me deixou um tanto preocupado quanto a sua narrativa, farei uso de um dos trechos de seu escrito para pensarmos:
"... O que acontece é que por um longo período elas [mulheres] foram esquecidas pelos historiadores, esse esquecimento já passou, agora a questão é o esquecimento no ensino, no material didático".
Não parece contraditório a sua problemática, compreendendo que esta se constrói a partir da ausência das mulheres nos livros didáticos, é isso? Então, face a essa questão você acredita ter sido esquecimento dos historiadores em não fazer notar as experiências de lutas das mulheres ao longo da história? Quanto a participação das mulheres no cenário educacional, isso é inquestionável, pois, em sua maioria as mulheres ocupam a maior porcentagem de vagas no sistema educacional brasileiro desde a sala de aula aos postos mais elevados dos sistemas de ensino. Essa informação não lhe diz nada? Outro dado: as produções e coproduções de livros didáticos de história, assim como o corpo de pareceristas que indicam os livros ao PNLD e PNLEM, são mulheres também! Será que a sua problemática não suscita outras indagações a partir das questões já apontadas por você no texto? Por que então essa lacuna no livro didático, já que antes e durante a produção do livro didático as mulheres estão presente e, em algumas situações, à frente do processo de sua elaboração e distribuição? Me parece que o nosso desafio quanto a sua problemática encontra-se na formação de professores e na sua atuação enquanto professor pesquisador na sala de aula. É a partir desse lugar social ocupado pel@s professor@s que podemos ressignificar uma história de gênero ao alcance de tod@s os brasileiros!
Abraços e boas reflexões,
Prof. Antônio
Boa tarde, Ana. Muito bom o texto, de fato é inegável a representação quase inexistente da mulher nos materiais didáticos, e quando se tem são caricatos em sua maioria. Você fala que o livro didático é um material que está quase sempre presente, tendo em vista este ponto quais seriam as formas de problematizar os conteúdos abordados nesse material? Outro ponto importante é que, infelizmente, o conteúdo apresentado nos livros são reflexos de uma sociedade extremamente machista que também se encontra bastante enraizada na escola em muitos casos, então, como realizar tais atividades que falei anteriormente em dialogo com os demais integrantes do corpo docente?
ResponderExcluirEspero ter sido clara.
Andressa Santos, estudante de história 5° semestre.
Parabéns Ana, além de ser muito bem escrito seu texto traz a tona um assunto fundamental no momento em que estamos vivendo. A falta de representação feminina nos livros didáticos é um reflexo a nossa sociedade, que ainda é machista. A luta pelos direitos femininos é fundamental para alcançarmos uma sociedade igualitária. Observei que no último paragrafo do seu texto, você menciona que o livro estudado não atende ás demandas que as ALUNAS de ensino médio necessitam, gostaria de saber se você acredita que apenas as alunas ( no sexo feminino) precisam ter mais conhecimento sobre o passado histórico feminino, ou se seria importante para alunos de ambos os sexos?
ResponderExcluirEspero que você tenha entendido meu questionamento
Cíntia Pereira do Nascimento
Boa tarde, Ana!
ResponderExcluirMuito do que você fala em seu texto eu tenho observado nos livros didáticos que são utilizados pelos docentes em uma escola da minha cidade. Confirmei em diversos momentos que assuntos relacionados as mulheres aparecem nesses como curiosidade em textos localizados em quadros diferenciados que acabam, em inúmeras ocasiões, não sendo lidos pelos professores e notados pelos estudantes. Gostaria de saber, portanto, tendo em vista que, segundo você mesma em seu artigo, os livros didáticos raramente abordam a História das Mulheres, qual seria a sua sugestão para trabalhar com o que temos à nossa disposição atualmente dentro da sala de aula de uma maneira que as nossas alunas se sintam representadas.
Isabela Nogueira da Silva Grossi
Boa tarde, Ana!
ResponderExcluirSeu texto foi algo que jamais tinha parado pra refletir, a falta de representatividade das mulheres no livro didático do ensino médio. Na sua opinião, você acredita que essa falta de representatividade das mulheres apresentadas neste livro didático citado, seria dado pelo fato de que ainda vivemos em uma sociedade machista, a falta de relatos históricos sobre as mulheres ou ambos? Como poderíamos incentivar nossas alunas mulheres a fazerem parte da história e se vêem na história? De que maneira poderíamos trabalhar essa representatividade?
Espero ter sido clara, atenciosamente,
SARAH AQUINO DE OLIVEIRA SILVA
ResponderExcluirOla, parabéns pelo trabalho.
quero destacar uma fala importante no texto de Ana Carolina Santos Prohmann
"Mas é difícil encontrar em um livro didático narrativas sobre a participação feminina durante a ditadura militar, por exemplo, e sabemos que existe pesquisa sobre o tema, mas a impressão que fica na cabeça dos alunos e alunas é que esse período ficou marcado apenas por uma luta masculina, e as mulheres onde estavam"
Quero somar a isso, e contribuir para o pensamento da autora dizendo que a luta pela representatividade é sim, muito importante, ainda mais em um momento tão conturbado como o que o pais passa atualmente. Não pretendo deixar aqui uma pergunta vaga, mas explicitar uma duvida importante a respeito do tema, pois há dificuldades enormes em conseguir avançar em certos tópicos, apesar de toda vitoria já alcançada pela luta das mulheres, pois sabemos que muitos avanços estão ocorrendo graças as lutas destacadas pela autora. A duvida é a seguinte, como conseguir manter foco nessas questões, como o/a preconceito/descriminação nesse momento, com um governo instável, e com um pais focado em outras pautas? e que apesar de toda essa luta, ainda é um pais extremamente conservador e machista.
DANIEL MAIK OLIVEIRA DE CARVALHO
Boa noite,
ResponderExcluirMuito interessante seu trabalho, Prohmann. Afinal, ainda hoje é possível observar a existência de um “afastamento”, de uma falta de diálogo, entre as produções historiográficas e os livros didáticos, sendo nossas atuações enquanto professorxs fundamental para mediar essa relação, levando para a sala de aula os temas negligenciados pelos livros didáticos. E como foi pontuando em sua comunicação, a forma pela qual a História das Mulheres ou a categoria “mulher” aparecem nos livros didáticos é insatisfatória e pouco “problematizadora”, não aprofundando as questões com os alunxs. Com o PNLD, os livros didáticos, antes de chegarem à sala de aula, passam por uma análise. Entretanto, atualmente, várias escolas particulares adotam as “apostilas” que não passam pelo referido processo de análise. Como você enxerga tal situação? A adoção de materiais didáticos, que não passam pelo PNLD, produzidos por grandes empresas editoriais pode refletir negativamente nas abordagens de gênero nos livros didáticos?
NILCIANA ALVES MARTINS
Olá Ana Carolina Santos Prohmann, primeiramente parabéns pelo excelente texto e escolha do tema, infelizmente como mulhere ainda encontramos muitos obstáculos e discursos machistas a cerca da nossa posição na sociedade, somos julgadas o tempo todo e regradas a determinadas escolhas. Acho de extrema importância a reaparição das mulheres nos livros didáticos, afinal elas sempre fizeram parte da história, assim como, acho que tal temática é ótima para direcionar meninas a caminhos diferenciados, e não ao qual estão acostumadas a ouvir ou mesmo a ter como referencia a sua casa. De certa forma o livro didático traz uma história mais masculina, mas convém ao professor trazer junto ao assunto debates diferenciados.
ResponderExcluirBoa Noite Ana Carolina, parabéns pela observação dessa falta de lugar para as mulheres que fizeram historia e fazem , de forma que com isso pode se dar uma direção mais substantiva para as alunas que vem com historias menos favorecida em seus cotidianos, com isso fica uma pergunta de como fizeste esse trabalho minucioso e oque fez tu chegar nessa pesquisa?
ResponderExcluirBom dia, Ana. Gostaria de saber, na sua opinião, qual seria uma solução possível para trabalhar história além dos livros didáticos, enquanto é difícil encontrar um material que trabalhe estas questões de maneira igualitária. Acha que poderia ser feita uma associação com a literatura? Por exemplo, temos obras como A guerra não tem rosto de mulher, que acredito que tenha muita relação com o que você pesquisou...
ResponderExcluirLuany Veiga
Ana Carolina, parabéns por suas reflexões.
ResponderExcluirAcredito que a representatividade dos sujeitos no ensino de História é de suma importância para a construção da criticidade de nossos alunos e a promoção de uma sociedade mais igualitária. Atualmente temos assistido ao crescimento de movimentos como o "Escola Sem Partido", que além de pregar o fim do ensino e reflexões sobre gênero, tem levado à justiça profissionais que se arriscam a debatê-lo sob determinados contextos. Além disso, pressões políticas levaram à retirada do termo "gênero" da recém publicada Base Nacional Comum Curricular, documento imposto através de Medida Provisória pelo atual governo, que será responsável por nortear a elaboração dos currículos da educação básica em escala nacional. Sendo assim, gostaria de saber como você acredita que tais medidas e nosso atual contexto podem afetar o ensino de história das mulheres e a produção de livros didáticos que abordem o tema. Além disso, quais alternativas podem ser empregadas pelos profissionais para não deixarmos de ofertar uma educação democrática e emancipadora nesses tempos incertos?
Obrigada pelo texto!
Atenciosamente,
Amanda Camargo Rocha
Olá, Ana. Gostei muito de sua reflexão e concordo que os livros didáticos em vários aspectos apresentam "falhas", dentre elas esta questão de gênero/visibilidade feminina que é debatida em seu artigo. Dessa forma, gostaria de saber sua opinião sobre (a clara) influência que os vestibulares e o enem exercem sobre os professores e os livros didáticos, principalmente do ens. médio. Uma vez que, se os vestibulares/enem não cobram questões, ou elas são muito poucas, a respeito das mulheres, os livros didáticos e os professores não tratam desse assunto. Então, você acha que, caso os vestibulares e o enem começassem a cobrar de forma mais rígida esse conteúdo, os livros didáticos e os professores teriam que ser "obrigados" a tratar sobre eles em sala de aula? Ou, há alguma outra forma de "forçar" a presença deste assunto nas salas de aula? Já que, em sua maioria, os ens. médios são reféns dos vestibulares.
ResponderExcluiratt
Sofia Alves Cândido da Silva
Boa tarde!
ResponderExcluirÓtimo texto e reflexão extremamente necessária!
Como dito em seu texto, os livros didáticos ainda são um recurso muito forte no ensino de História.
Introduzir crianças e adolescentes à historiografia seria muito pesado (especialmente pela linguagem acadêmica).
Você poderia dar alguns exemplos de fontes/recursos que poderiam ser utilizados nas aulas de forma mais leve, com o intuito de demonstrar essa participação feminina (a também de outras minorias)?
Fabiana Costa Biscácio
Primeiramente, parabéns pelo texto e a abordagem do tema.
ResponderExcluirNa sua visão, a exclusão das mulheres principalmente nos livros didáticos e maior devido o machismo histórico, sempre dando maior relevância ou atenção aos feitos masculinos, ou o fato de a maior parte dos pesquisadores serem homens, também por machismo nas sociedades e eles acabarem privilegiando o “falocentrismo em suas pesquisas históricas, privilegiando histórias de Lamarcas e Ustras e deixando de lado mulheres guerrilheiras, dando mais atenção ao drama de mães que perderam os filhos como o caso da estilista Zuzu Angel, só para citar um fato histórico recente.
Obrigado
Moacir José Batista
Sabemos que discussão da academia não chega para a sociedade de uma forma efetiva, por isso os livros trazem uma visão tão rasa de nossos debates (quando eles estão presentes) mas temos que lembrar que a escola, o currículo e o livro didático são espaços de luta política e de representação e muitas vezes aqueles que estão nos espaços de poder não querem alterar o status quo. Ao ler este texto ( muito bom por sinal) me deparei com um questionamento qual e a historia das mulheres que estamos querendo que seja vinculada aos livros um aos moldes da historia dos grandes feitos e das grandes personalidades ? Ou uma historia vista de baixo ? Ou como vimos na literatura com "a guerra não tem rosto de mulher" que mesmo que trazendo algo perspectiva nunca trabalhada porem não sai do contexto de genero onde a visão da mulher e aquela frágil que só pensa nos cabelos e nas paixões da guerra em contra partida os homens na guerra ficam com o protagonismo da ação.
ResponderExcluirVitória Andrada Oliveira
Boa noite, Ana!
ResponderExcluirVocê acredita que essa deficiencia na representação da mulher nos livros didáticos pode ser encarado como uma maneira de manter as alunas (e até mesmo alunos) sem a percepção de consciencia histórica acerca de sua própria história? Partindo de pressupostos excludentes sobre a história da mulher?
Grata!
Pamella Passos de Almeida Demetrio
Olá Ana! parabéns pelo texto! Eu gostaria de saber de você, como poderíamos trabalhar com o livro didático, de modo que ajudasse a modificar o pouco destaque que a mulher possui nesses livros, junto aos alunos. Como podemos fazer isso? Abraços!
ResponderExcluirAna Lúcia Ferreira de Mattos