O ENSINO DE HISTÓRIA POR MEIO DA PUBLICIDADE
UMA ANÁLISE SOB A CATEGORIA GÊNERO
O Brasil
figura como o quinto país mais violento com as mulheres, num ranking de
oitenta e três nações. Conforme Mapa da Violência 2015 – mulheres, a
Organização Mundial da Saúde apresentou em 2013, uma taxa de 4,8 homicídios por
100 mil mulheres no Brasil. Isso representa 2,4 vezes a média internacional. O
relatório completo está disponível em www.mapadaviolencia.org.br. Estes
dados levam a questionar quais as representações de masculinidades presentes
nesta sociedade em que maior parte da violência contra a mulher acontece no
ambiente doméstico. Da mesma forma, se pode inquirir
sobre a representação feminina que vem conquistando espaços públicos e é
agredida no espaço privado. Essas situações estão presentes no cotidiano
escolar na medida em que crianças e/ou adolescentes convivem com essa
realidade.
O uso de documentos no ensino de História pode contribuir para problematizar
os estereótipos e as relações de gênero. Ao usar apenas a narrativa proposta
pelo livro didático, o conhecimento histórico pode ser transmitido como um
dogma, algo sagrado e imutável, geralmente partindo da história política e/ou
econômica. Utilizar fontes históricas para produção de conhecimento em sala de
aula pode ser um método fértil para propor uma outra História, levando os
estudantes a entenderem que
“[...] a História é uma ciência com uma metodologia própria e que muda
com o tempo; que o conhecimento do passado é sempre parcial e se dá a partir de
testemunhos, muitas vezes contraditórios; que existem diversos níveis de
análise sobre o passado [...].” (SHMIDT; GARCIA. 2003, p. 225)
O uso de peças publicitárias como documento em sala de aula, é uma
possibilidade interessante por ser muito comum no cotidiano dos estudantes é
mais familiar do que outras fontes documentais (CERRI, 2001).
A História escrita por meio da imprensa ganhou força a partir da década
de 1970. Isso pode ser explicado através da busca pela objetividade e
neutralidade do objeto. Mesmo após os debates sobre a tensão entre evidência e
representação que acomete todo documento histórico, a imprensa foi vista como
ambiente de subjetividades que serviam apenas para confirmar de forma ingênua
as hipóteses levantadas. Maria Helena Rolim Capelato, em A imprensa na
História do Brasil, defende que o estudo dessa mídia permite aos
historiadores observar e analisar a vida em sociedade.
“A imprensa constitui um instrumento de manipulação de interesses e
intervenção na vida social. Partindo desse pressuposto, o historiador procura
estudá-lo como agente da história e captar o movimento vivo das ideias e
personagens que circulam pelas páginas de jornais. A categoria abstrata
imprensa se desmistifica quando se faz emergir a figura de seus produtores como
sujeitos dotados de consciência determinada na prática social. (CAPELATO, 1988,
p.13)
Partindo dessas discussões, o impresso revista precisa ser analisado
através de categorias que a percebam como um cardápio de variedades para
ampliar o número de leitores. Tania Regina de Luca (2010) considera o início do
século XX como “tempos eufóricos”, tendo em vista as inúmeras publicações que
surgiram nesse período (Ilustração Brasileira – Paris, 1901; O Malho
- RJ, 1902; A Avenida – RJ, 1903, Kosmos – RJ, 1904, Fon-Fon
- RJ, 1907; Careta – RJ, 1908; O Piralho – SP, 1911; A Cigarra
– SP, 1914; Dom Quixote – RJ, 1917). A “renovação significativa só
ocorreria com O Cruzeiro (1928), quando a fotografia e a reportagem
ganharam novos sentidos e asseguraram à revista a liderança no mercado
nacional.” (LUCA, 2010, p.121)
Na medida em que novas temáticas tornaram-se objeto de estudo da
História, os periódicos passaram a ser vistos como fonte, contribuindo para os
estudos de gênero, já que tratam do universo da vida cotidiana das pessoas.
Jornais e revistas são fruto de seu tempo apresentando funções sociais nem
sempre explícitas. Portanto, para historicizá-los é necessário problematizar
desde a materialidade até os colaboradores.
“De fato, jornais e revistas não são, no mais das vezes, obras
solitárias, mas empreendimentos que reúnem um conjunto de indivíduos, o que os
torna projetos coletivos, por agregarem pessoas em torno de ideias, crenças e
valores que se pretende difundir a partir da palavra escrita.” (LUCA, 2010,
p.140)
A historiadora Luciana Klanovicz (2017), em sua obra Vontades sobre
os corpos: homens e mulheres na revista O Cruzeiro (1946-1955) analisa o
grande potencial comercial que as revistas ilustradas detinham no Brasil devido
à alta tiragem e a atuação da publicidade que era muito maior do que em muitos
jornais.
As peças publicitárias publicadas nas revistas podem ser consideradas
documentos que expressam uma memória, elas possuem historicidade. Seus
discursos são repletos de valores que refletem determinada época e determinado
grupo social. Assim como qualquer outra fonte histórica, os discursos
publicitários são carregados de intencionalidades e precisam ser
problematizados e contextualizados. Segundo Zamboni (2013) as peças fazem
referências aos desejos de seus clientes, às características do mercado e às
práticas dos consumidores.
“As imagens publicitárias são representativas de valores sociais
arraigados culturalmente em nossa sociedade, e, por isso, se dá a importância
de entender como se constroem os discursos publicitários a partir das
representações de gênero.” (p.14)
De acordo com análise do projeto editorial da revista realizada por
Marinês Ribeiro dos Santos e Thaís Mannala (2013), o uso de anúncios com
ilustrações e fotografias relacionando o “artefato” com o cotidiano é constante
e a própria revista entendia a publicidade como testemunhos de uma época.
“Em CRUZEIRO, os anúncios são parte integrante do texto e nele colocados
como fatores indispensáveis à beleza e harmonia das páginas. É inútil encarecer
o maior gráo de eficiência que dali resulta para a publicidade feita em nossas
colunas. CRUZEIRO considera o anúncio como a mais palpitante documentação de
uma época: dos seus costumes, da sua civilização, da sua prosperidade” (O
Cruzeiro, 17 nov. 1928, p. 60).
O discurso publicitário é fruto do seu tempo. Para que obtenha sucesso
precisa fazer com que os leitores se identifiquem com as representações que
apresenta ou que desejem alcançar o estilo anunciado pelo produto. A “[...]
propaganda pretende conquistar possíveis compradores, mas a adesão somente
ocorre se houver, a rigor, uma identificação com os valores culturais trabalhados
no interior do anúncio.” (TEIXEIRA, 2009, p.39). Essa cumplicidade permite
analisar as representações presentes nas peças publicitárias enquanto uma
evidência do período abordado.
Neste trabalho optamos pela realização da análise a partir da teoria das
representações sociais de Serge Moscovici (2012). Essa teoria auxilia na
compreensão do processo de identificação dos sujeitos com o produto do anúncio.
Segundo o autor, as representações possuem duas funções:
- Convencionalizam objetos, pessoas ou acontecimentos, tudo passa a ser
encaixado em um modelo criado em um determinado contexto cultural, sob pena de
não ser decodificado se estiver a margem desse padrão.
- Prescrevem modos de interpretar o mundo através de instâncias
pedagógicas presentes desde a mais tenra idade.
Assim, as representações sociais acabam por influenciar modos de vida de
um coletivo, delas resultam práticas que expressam tudo aquilo que foi
apreendido no convívio social.
“[...] Através de sua autonomia e das pressões que elas exercem (mesmo
que nós estejamos perfeitamente conscientes que elas não são ‘nada mais que
ideias’), elas são, contudo, como se fossem realidades inquestionáveis que nós
temos de confrontá-las. O peso de sua história, costumes e conteúdo cumulativo
nos confronta com toda a resistência de um objeto material. Talvez seja uma
resistência ainda maior, pois o que é invisível é inevitavelmente mais difícil
de superar do que o que é visível.” (MOSCOVICI, 2012, p. 40)
Elas são formas de comunicar e compreender o que vemos, é tornar
familiar aquilo não familiar, o desconhecido em conhecido e/ou o incomum em
comum. Essa dinâmica de familiarização ocorre quando situações, pessoas,
objetos são percebidos e compreendidos em relação a um conhecimento prévio, a
um modelo já solidificado mentalmente.
Dois mecanismos criam as representações: ancoragem e objetivação. No
primeiro, aquilo que é estranho passa a ser classificado e nomeado a partir de
experiências já compreendidas pelo sujeito. Já a objetivação é a reificação
daquilo que foi classificado, naturalizando-o e tornando-o real.
Na análise das peças publicitárias isso pode ser entendido quando o
destinatário do anúncio se vê representado naquele personagem e/ou mensagem,
ancora o produto desconhecido na imagem que construiu sobre si mesmo e o
transforma em prática. Assim, a ancoragem
acontece com a identificação do consumidor ao anúncio e a objetivação quando
ele incorpora o uso daquele novo objeto ao seu cotidiano, naturalizando-o.
No anuncio do sabonete Lux, por exemplo, a persuasão se dá pelo
recurso da fama, através da imagem de Susan Strasberg, com a seguinte legenda
“No cuidado com a sua pele, faça como as estrelas do cinema: use a
espuma cosmética do Sabonete Lux. Pura... suave, a espuma de Lux ajuda manter
jovem e suave sua cútis. Ao acariciar o seu rosto você saberá porque Lux é o
preferido por 9 entre 10 estrelas do cinema.” (O Cruzeiro, 09 jan. 1965, contra
capa)
Imagem 1 - Sabonete das estrelas – revista O
Cruzeiro - 09/01/1965 - ano XXXVII – nº 14 – contra capa
Fonte: Acervo Biblioteca Pública do Paraná
Ao reconhecer o rosto da famosa atriz, ocorre a ancoragem do não
familiar, transformando-o em familiar. O status que se pretende atingir com uso
do produto é a objetivação, ou seja, a ideia que se constrói direciona uma
prática, o uso do sabonete.
Não eram apenas as mulheres que se viam representadas pelos anúncios
veiculados na revista. Apesar de cada feminilidade ter implícita uma masculinidade,
muitos homens se reconheciam em publicidades, tais como esta anunciando que
“Homens de bom tom usam camisas Ban-Tan”. A marca desconhecida era ancorada na
elegância que o destinatário acreditava ou desejava possuir, levando à
construção de uma realidade com o uso da peça de roupa.
Imagem 2 - Homens de bom tom – revista O Cruzeiro -
03/12/1955 – ano XXVIII – nº 07 - p. 75
Fonte: Acervo Museu Campos Gerais
A problematização dessas fontes para e no ensino de História auxilia os
estudantes a relacionarem presente e passado, refletindo sobre rupturas e
continuidades. Isso leva à percepção de que os discursos presentes num texto
jornalístico, numa peça publicitária, são testemunhos históricos resultantes
“da visão de mundo, da interpretação da realidade de quem os produziu.” (ABUD;
SILVA; ALVES, 2010, p.30) Entender como ocorre a construção dos papeis sociais
femininos e masculinos, as rupturas e continuidades, bem como as relações de
poder correspondentes, possibilita compreender que, como são produzidos, podem
ser questionados.
Assim como qualquer outra fonte documental a publicidade é uma
representação do real, apresenta práticas sociais de uma determinada época num
dado espaço. Ela é fruto de uma sociedade e nunca um registro fiel dos fatos. Mesmo
o recorte temporal, a seleção dos anúncios que serão problematizados para a
construção do conhecimento em sala de aula não é aleatória. Isso precisa ser
esclarecido aos estudantes.
“[...] é necessário considerar que o documento que está a disposição da
turma resulta de uma série de seleções, sendo que a primeira é a feita no tempo
em que o texto surgiu, [...] depois é resultado da seleção dos jornais que
sobreviveram ao longo do tempo, preservados voluntariamente ou
involuntariamente; é resultado ainda da seleção, pelo historiador ou
colecionador, entre os milhares de textos disponíveis nos jornais preservados
nos arquivos. É preciso que o aluno tenha noção, portanto, de que esse
procedimento origina uma extensa área de silêncios sobre o passado que não
podem ser desprezados.” (CERRI, 2005, p.28)
Maria Auxiliadora Schimidt (1997) propõe uma metodologia, adaptada de
Joan Ferrés (1996), que oferece ao professor critérios de reflexão e ação na
análise da publicidade estática. Consiste em:
- identificar produto (marca) e destinatário;
- caracterizar o tipo da publicidade;
- investigar a narrativa quanto a ação, aos personagens e ao ambiente;
- analisar os sistemas de persuasão usados no anúncio;
- revelar as figuras de retórica no conjunto da peça;
- reconhecer os valores enfatizados.
Como qualquer outro documento, precisa ser dissecado para uso
historiográfico. A prática de problematizar fontes históricas para o ensino de
História é importante no desenvolvimento do pensamento histórico dos alunos.
Isso não significa torna-los “mini” historiadores, mas levá-los “a compreensão
do processo de produção do conhecimento histórico pelo entendimento de que os
vestígios do passado se encontram em diferentes lugares, fazem parte da memória
social e precisam ser preservados [...]” (BITTENCOURT, 2009, p.333)
Vejamos como é possível analisar a peça a partir da proposta de Schimidt
(1997) tendo como exemplo o anúncio do Fermento Royal.
Imagem 3 - Faça bolos – revista O Cruzeiro - 11/01/1947
– ano XIX – nº 12 – contra capa
Fonte: Acervo Museu Campos Gerais
Esse anúncio do Fermento Royal é destinado à mulher dona de casa
que tem no produto um aliado para desenvolver bem suas habilidades culinárias,
requisito fundamental para o cumprimento de seu papel social. A publicidade
apresenta o produto e o qualifica na forma de um relato no qual a mensagem fica
mascarada pela narrativa. O primeiro plano tem um grande bolo, destaque
colorido, cercado pela dona de tal feito e suas amigas encantadas pelo seu
sucesso na cozinha. A persuasão se dá de forma indireta pela criação de um
clima de confiança no produto. A retórica utilizada é a essência, ela exalta o
objeto. Diante disso, os valores promovidos pela peça publicitária são
felicidade, sucesso, necessidade de agradar/servir. Qual a inferência que se
pode obter sobre a representação de mulher leitora da revista nesse período? A
que masculinidade corresponde esse tipo de comportamento feminino?
Desenvolver essas habilidades nos estudantes permite que percebam a
construção das inúmeras representações que os cercam, que são produto de
construção histórica e não naturalmente dadas, portanto passíveis de mudanças.
O ensino de História precisa levar os sujeitos a historicizar a própria vida
(PEREIRA; SEFFNER, 2008).
Maria Paula Costa (2011) aponta que o professor ao levar um documento
fonte para a sala de aula assume um papel de mediador que articula e constrói
com os alunos um conhecimento relacionado a uma temporalidade e um espaço. Para
tanto, é fundamental que o professor domine os conceitos de História e os
métodos para interrogar uma fonte. Eis aqui a relação entre a Teoria da
História e o Ensino de História.
REFERÊNCIAS
Janaína Jaskiu,
professora QPM/PR, atua nos anos finais do EF e EM da rede pública estadual;
mestranda em Ensino de História – UEPG.
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ZAMBONI, Julia
Simões. Para que serve a mulher do
anúncio? Um estudo sobre representações de gênero nas imagens
publicitárias. 153f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social). UNB, 2013.
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ResponderExcluirBom dia, Janaína! Parabéns pelo seu texto. Muito interessante sua abordagem. Gostaria de saber como a sua pesquisa relaciona intencionalidade e retórica, uma vez que a publicidade surge como prática
ResponderExcluirque conduz a uma "nova história"? É possível que essas materialidades circulem, objetivamente, fundamentadas na consciência dos sujeitos históricos?
Agradeço!
Ana Lourdes Queiroz da Silva
Olá Ana!
ExcluirO uso de anúncios publicitários em sala de aula possibilitam uma "nova história" quando são problematizados enquanto fontes. Dessa forma é possível pensar conteúdos específicos por outros recortes que não apenas o político ou o econômico.
Toda peça publicitária é fruto de seu tempo e assim precisa ser compreendida. Trata-se de um discurso repleto de intencionalidades e aquilo que é "dito" faz parte de uma pesquisa de mercado para que o público receptor se reconheça naquele produto e/ou queira pertencer aquele mundo anunciado.
Grata pela participação!
Janaína Jaskiu
O uso de peças publicitárias parece enriquecer o ensino de história agregando materialidade e cotidiano à formação dos alunos. A experiência trouxe resultados práticos que tenham sido registrados? Roberto Carlos Simões Galvão
ResponderExcluirOlá Roberto!
ExcluirO uso de documentos no ensino de História tem se mostrado uma forma de levar os estudantes a desenvolverem referenciais que possibilitem ler o mundo em que vivem.
Tenho trabalhado com anúncios publicitários para produção de conhecimento em sala de aula. Os resultados têm sido interessantes. Percebo que os alunos sempre trazem à discussão outros anúncios e/ou filmes publicitários que fazem parte de seu mundo e tentam problematizá-los.
Grata pela participação!
Janaína Jaskiu
Bom dia. Considerando que a autora inicia suas reflexões a partir da denúncia de um quadro de desigualdades de gênero do tempo presente, gostaria de saber como a mesma pensa o termo "empoderamento" na publicidade dirigida às mulheres, considerando que o termo possui uma série de polifonias, ambiguidades e abriga relações de poder complexas ao conjugar feminismo e consumo. Grata!
ResponderExcluirJeane Carla Oliveira de Melo
Olá Jeane!
ExcluirOs números relativos a violência contra a mulher são alarmantes e nos fazem pensar as razões disso. A publicidade direcionada às mulheres surge a partir do momento em que ela ocupa lugar de destaque no mercado de consumo, seja como a dona de casa que convence o marido a adquirir determinado produto ou mesmo a mulher que compra com recursos próprios. O empoderamento é um termo que tem sido muito usado, porém nem sempre reflete o que deveria ser.
Cada peça publicitária precisa ser analisada individualmente. É preciso problematizar o papel da mulher, se vista como objeto camuflado ou mesmo adotando comportamentos que a sociedade impõe. Se for dessa forma, não revelam empoderamento.
Grata pela participação!
Janaína Jaskiu
Olá, Janaína,
ResponderExcluirParabéns pelo texto e pela pesquisa.
As imagens atualmente permeiam as vivências escolares de forma muito significativa. Os alunos são bombardeados de informações imagéticas cotidianamente. Gostaria, se possível, que você falasse um pouco sobre modelos de atividades de leitura de imagens publicitárias na sala de aula, focalizado a (des)construção de estereótipos em relações de gênero. De que forma o educador pode ensinar os alunos a lerem, problematizarem e criticarem as imagens, especialmente em um quadro de formação docente onde muitas vezes isso por si já é falho.
Parabéns novamente. Um abraço.
Cyanna Missaglia de Fochesatto.
Olá Cyanna!
ResponderExcluirNossos estudantes vivem imersos num mundo de imagens. Por mais que impressos estejam em desuso pelos jovens, ao acessarem as redes sociais a publicidade está ali, sempre presente.
A leitura de imagens estáticas, como as citadas no texto, tem sido realizada "dissecando" a fonte. Além dos pontos indicados pela professora Maria Auxiliadora, ainda é necessário contextualizar o meio pelo qual circulou, sua recepção, bem como o contexto histórico da produção. A partir daí, problematizar o que era ser homem e ser mulher naquele momento histórico.
Infelizmente o uso de fontes para o ensino de História não é uma prática na educação básica. Poderíamos apontar vários motivos, porém um deles penso que seja a cobrança, que ainda existe, pelo "conteúdo" e o próprio conceito de aula. Nem sempre a simples reprodução de conteúdos garante aprendizagem significativa. O uso de documentos para construção de conhecimento seria uma forma de desenvolvimento de conceitos que levariam os estudantes a pensarem historicamente.
Grata pela contribuição.
Janaína Jaskiu
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ResponderExcluirJanaína, primeiramente gostaria de lhe parabenizar pela pesquisa, pois concordo plenamente contigo sobre a importância do professor de História trabalhar fontes com a turma, materiais da imprensa são sim representação do real, só que devemos entender que tudo é produzido com respectivos fins de venda e sempre há uma mão invisível conduzindo o produção do discurso para verdades serem ou não criadas e formar opinião. Agora, levando em conta todas essas questões e considerando ainda a real situação escolar, isso é, estou pensando sobre a porcentagem de professores que se debruçam e se sentem motivados ou não em encontrar um fonte histórica e levar para sala de aula lhe pergunto: Quais suas dificuldades nesse processo de levar fontes para sala de aula e como você analisa o professor que tem 40 horas semanais e a disponibilidade e motivação para fazer isso dentro do sistema escolar atual.
ResponderExcluirElisiane Zvir